segunda-feira, 16 de junho de 2008

"Entrevista com...": Legal Evidence

Começa hoje a nossa ronda pelas bandas finalistas do Rockastru´s e do Rock in Santos, cujas finais se realizam no próximo fim de semana. Os Legal Evidence são a primeira banda abordada e à qual agradecemos, desde já, a disponibilidade. A conversa foi bastante interessante e andou à volta da música em Portugal e das suas necessidades e urgências. Ficamos também a conhecer as ligações da banda a Terras de Sua Majestade, às quais estão ligadas as suas origens, assim como algumas das suas ambições futuras.

Para quem não vos conhece, quem são os Legal Evidence?
Os Legal Evidence são uma espécie de culto que se transformou numa banda em meados de 2006. Uma banda, um grupo restrito de amigos, formados e ligados por diversas bandas e projectos à volta de uma comunidade local.

Qual a origem do vosso nome?
A origem do nosso nome é de certa forma engraçada.. Os nomes sempre foram algo que nunca ligamos muito. Independentemente de qualquer nome, o que mais nos interessa é o conteúdo. Inicialmente tínhamos o nome de The Evidence. Mais tarde reparamos que já existiam alguns projectos com o mesmo nome. De certa forma não estávamos “legais” se bem se pode dizer. Necessitávamos de resolver essa questão e, como diz o ditado, "para grandes males grandes remédios". Daí a palavra "Legal", que acabou por resolver a questão.


Que influências são visíveis na vossa música?

Bem, influências são mais que muitas.. Basicamente tendo em conta os músicos e as características de cada um, foi só esperar e sentir o que nos sairia mais naturalmente.. Mas é claro que a base tem de ser sempre referenciada. Pode sentir-se um pouco de Zeppelin, Hendrix, Doors e algumas referências contemporâneas, roçando por vezes no Indie. Depende do dia e das luas...


Falem-nos um pouco das vossas ligações a Inglaterra.
A “costela” inglesa desta banda começou antes mesmo do nosso início e provavelmente vai também influenciar o nosso futuro próximo. O vocalista foi residente durante alguns anos (4/5 anos) em alguns países da Europa, sendo um deles a Inglaterra. No início os Legal Evidence eram apenas uma ideia: o Diogo trabalhava com outras bandas de nacionalidade inglesa como instrumentista e voz. Teve oportunidade de fazer algumas tour´s pela Europa. Os Legal Evidence tiveram o seu início durante uma interrupção dessas mesmas datas em que esteve alguns meses em Portugal. Foi assim que nascemos. Com apenas um mês de vida gravamos o nosso primeiro registo ao vivo. Pode ainda ouvir-se um tema desse registo, "Iron Will", no nosso myspace.


Como foi a recepção a esse primeiro registo?

A recepção do projecto pelo público local foi tão boa que logo deu que falar. Mas esse sucesso foi interrompido por mais uma viagem do Diogo para Londres, onde permaneceu durante alguns meses. Mas a vontade de continuar a trabalhar foi mais forte, principalmente através da internet com alguns riffs e ideias enviados tanto do vocalista à banda como ensaios gravados com ideias da banda para o vocalista. Nessa altura, a banda pensou mudar a sua residência para Inglaterra devido também a algumas oportunidades que estavam a surgir na altura..

Qual a importância que acham que os festivais para bandas de garagem têm na formação de uma banda e o que têm achado do Rockastru’s em específico?
Eu acho que seja qual for a iniciativa à volta da própria música, seja um concurso, um festival ou airplay é sempre positivo. Acho que tal como no futebol deveriam existir mais apoios e principalmente mais incentivo a projectos que estão a crescer e que de certa forma são autênticos, se assim se pode dizer.. Fenómenos como os Artic Monkeys podem existir também por cá nem que seja apenas à base da comunidade Lusófona. Há muitas e boas ideias que podem acabar por desaparecer por não existirem oportunidades ou apenas espaços para bandas de covers. Vamos insistir mais em "Marisas" ou em "Moonspell's" que de certa forma parecem apenas ter inicialmente reconhecimento lá fora, para depois poderem ter algum respeito cá dentro. Ou então temos projectos pré-feitos pela própria indústria de consumo rápido. Se assim continuar, num país pequeno como o nosso podemos asassinar a originalidade e a autenticidade que por cá se faz. Pelo contrário, num país grande, o underground pode muitas vezes vir à tona e dar um ar da sua graça, muitas vezes destronando o próprio comercial da coisa...


E quanto ao Rockastru's?
Não querendo fugir à questão inicial, acho que iniciativas como o Rockastru's são muito bem vindas no nosso país e ainda por cima já com alguma tradição. E sempre no meu profundo sentimento que surjam muitos mais Rockastru's e blog´s como “A Nova Música Portuguesa” a incentivar, dando voz e esperança a quem por cá trabalha...

Como está a vossa agenda para o verão?
A nossa agenda para o verão está a ser ainda negociada e será revelada brevemente.

À parte a vossa banda, de todas as que passaram no Rockastru’s, quais as que acham que mereciam ganhar?
À parte o nosso projecto acho que todos os que estão na final têm o seu espaço e qualidade para ganhar. Acho que não podemos considerar vencedores e perdedores nesta fase do campeonato. Ao contrário do desporto, não acredito que a música a partir de determinado nível possa ser considerada melhor ou pior, mas sim diferente.

Alguma mensagem que queiram deixar para as outras bandas finalistas?
Desejo muitos e longos anos de vida a todas! Que tudo vos corra bem, não só no presente como no futuro. Se realmente o querem não desistam! Long live!

Para mais informações sobre a banda vão a:
http://www.myspace.com/legalevidence

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