A banda tem ainda pouco tempo de existência, mas procura nas novas tecnologias a forma de levar da sua música ao maior número de pessoas possível, uma vez que todos os temas foram disponibilizados para download gratuito no seu myspace. Isto mostra uma grande coragem por parte da banda, que não quis esperar por editoras, e que, fundamentalmente, acreditam muito no valor da sua música.
Fomos tentar perceber as expectativas de uma banda que agora arranca, livre, mas com a certeza dos passos a seguir no futuro que se avizinha.
A Nova Música Portuguesa (A.N.M.P.) - Houve um momento específico em que decidiram "a partir de agora só cantamos em português" ou foi algo que surgiu naturalmente?
Dogma (D.) - Os Dogma sempre cantaram em português. Desde o primeiro momento que foi essa a nossa intenção. Eu (Rodrigo) começei a escrever em português já há uns 5 anos e a verdade é que sinto que consigo transmitir a mensagem mais genuinamente dessa forma. No primeiro ensaio o Pedro e o Bruno ainda estavam algo reticentes, mas rapidamente se identificaram com as letras e com o facto de cantar em português.
Isto não significa que não apreciemos bandas portuguesas que cantam em inglês, nada disso. Não somos nada fundamentalistas nessa matéria. Cada um tem toda a legitimidade de escolher em que idioma se quer expressar. Nós preferimos a nossa língua.
A.N.M.P. - Quem escreve as letras e compõe as músicas deste vosso primeiro trabalho, "O Segredo"?
D. - As letras são escritas por mim, as músicas são compostas pelos 4 membros da banda.
A.N.M.P. - Onde e por quem foi gravado o vosso EP?
D. - O nosso EP foi gravado no Boom Studio (estúdio de Pedro Abrunhosa) e no Miramar Sessions, pelo João Bessa.
A.N.M.P - Já conseguiram alguns avanços no sentido de o conseguirem editar?
D. - Não, mas também não sondámos nenhuma editora nesse sentido. Não quisemos ficar à espera de nada nem ninguém para pôr cá fora aquilo em que acreditávamos. Tínhamos músicas com potencial e decidimos que estava na altura de registar o sumo desses 10 meses intensos de composição, ensaios e concertos.
Agora sim, vamos ver até que ponto encontramos entidades com potencial e interesse no nosso trabalho, a fim de podermos estabelecer algumas parcerias.

A.N.M.P. - Quais as influências musicais mais marcantes neste vosso primeiro trabalho?
D. - Temos variadíssimas influências, embora pessoalmente ache que o nosso som acaba por não ser parecido com nenhuma das coisas que mais gostamos. É como que se filtrássemos milhares de influências e elas se fundissem numa identidade sonora nova.
Mas se quiseres nomes de bandas, podemos dizer-te que Alice in Chains, Muse, Radiohead, Stone Temple Pilots, Red Hot (até ao One Hot Minute), Guns N.. Roses ou Led Zeppelin são algumas das mais consensuais entre os 4...depois podemos ir desde um Sting até uns Pantera, passando por Franz Ferdinand, The Killers ou Jeff Buckley. Muita coisa diferente, portanto.
Em termos nacionais diria que algumas coisas de Clã, Zen, Ornatos, Blind Zero, Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, GNR.
A.N.M.P - Quais as vossas expectativas para este primeiro trabalho?
D. - O nosso grande objectivo é darmo-nos a conhecer. Acreditamos muito na nossa música e no nosso trabalho e achamos que é um tipo de som com o qual bastante gente se poderá identificar. Nesse sentido, a expectativa é chegar ao maior número de pessoas possível.
A.N.M.P - O que esteve na base da decisão de o disponibilizarem para download gratuito?
D. - Exactamente o mesmo pressuposto: não colocar qualquer tipo de barreiras a quem tiver curiosidade ou interesse em ouvir uma nova banda portuguesa a tocar rock em português.
A.N.M.P. - Como tem sido a recepção a este vosso primeiro trabalho? Já têm alguma ideia?
D. - Tem sido bastante boa. Toda a gente, desde amigos a músicos de bandas nacionais de topo nos tem feito elogios. Nós também ficámos satisfeitos com o resultado; para um primeiro registo de uma banda que nem um ano tinha quando entrou em estúdio, temos que estar contentes com o que conseguimos criar.
A.N.M.P. - Algum de vocês tem outros projectos musicais paralelos?
D. - Neste momento o nosso único investimento musical é nos Dogma.
A.N.M.P. - Têm tentado participar nos vários Festivais de Música Moderna que existem em Portugal (Corroios, Gondomar, Viseu...)? Que papel acham que têm no panorama musical Português? Acham que são demasiado fechados em si mesmos ou, pelo contrário, permitem abrir portas e dar projecção aos participantes?
D. - Achamos que são importantes no sentido de darem oportunidade às bandas de tocarem ao vivo, mas o espírito de competição não é bem a nossa onda...além de que, muitas vezes, há estilos musicais tão diferentes em disputa que é impossível dizer que uma banda merece mais ganhar do que outra. Além disso, não me lembro de nenhuma banda que tenha ido muito longe após ganhar esse tipo de concursos, tirando o Termómetro Unplugged há muitos anos atrás.
A.N.M. P.- Por último: com que banda portuguesa e estrangeira gostariam de tocar uma música?
D. - Portuguesa: Xutos e Pontapés; Estrangeira: Stone Temple Pilots.
De assinalar que os Dogma vão estar no programa Aquário, do Porto Canal neste domingo às 14h e actuarão, entre outros, em várias FNAC's. E não se esqueçam de fazer o download das músicas d 'O Segredo'. É gratuito... Para informações mais detalhadas sobre a banda vão a:
http://www.myspace.com/ouvedogma
Sem comentários:
Enviar um comentário